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Alotriofagia: O Que É, Sintomas, Causas e Tratamento

A alotriofagia, também conhecida como síndrome de pica ou picamalácia, é um transtorno alimentar incomum, mas sério, caracterizado pelo desejo intenso e persistente de consumir substâncias que não são alimentos. Entre os itens mais comumente ingeridos estão terra, giz, sabão, papel, barro, carvão e até plástico.

Embora esse comportamento possa parecer estranho à primeira vista, ele costuma estar ligado a deficiências nutricionais ou a transtornos mentais. A síndrome pode ocorrer em crianças pequenas, em gestantes e em pessoas de todas as idades, exigindo atenção médica especializada.


Principais Sintomas da Alotriofagia

O sintoma mais marcante da alotriofagia é o desejo persistente de ingerir materiais não alimentares por, no mínimo, um mês. Veja alguns exemplos do que pode ser consumido:

  • Terra, barro ou argila;
  • Gelo ou sabão;
  • Papel, talco ou giz;
  • Carvão, tinta descascada ou cinzas;
  • Palito de fósforo queimado ou borra de café;
  • Plástico e até tecido.

Esse hábito de ingerir substâncias impróprias pode acarretar diversos problemas de saúde, incluindo:

  • Dores abdominais e complicações digestivas;
  • Obstrução intestinal;
  • Danos aos dentes e gengivas;
  • Riscos de asfixia ou intoxicação;
  • Contaminação por substâncias tóxicas, como chumbo.

Como é Feito o Diagnóstico?

O diagnóstico da alotriofagia deve ser feito por um clínico geral ou psiquiatra, com base na observação do comportamento alimentar do paciente. Para confirmar o quadro, o médico avaliará se a pessoa está ingerindo substâncias não comestíveis de forma frequente e sem explicações culturais ou religiosas, por um período igual ou superior a 30 dias.

Além disso, o profissional pode solicitar:

  • Exames de sangue, para verificar carência de ferro, zinco ou cálcio;
  • Avaliação psicológica ou comportamental, com foco em padrões repetitivos e indícios de transtornos emocionais ou mentais.

É importante destacar que esse diagnóstico não se aplica a crianças muito pequenas que, por curiosidade, colocam objetos na boca comportamento considerado típico da idade.


O Que Pode Causar a Alotriofagiaa?

As causas da alotriofagia são diversas e, geralmente, envolvem fatores nutricionais, psicológicos e neurológicos. Entre os mais comuns, destacam-se:

1. Deficiências Nutricionais

Falta de ferro, zinco, cálcio e outros micronutrientes essenciais podem levar o corpo a desenvolver esse comportamento como forma de suprir essas carências.

2. Gravidez

Durante a gestação, algumas mulheres podem desenvolver o desejo por substâncias incomuns, como barro ou sabão. Isso pode indicar deficiência nutricional e precisa de acompanhamento médico imediato.

3. Transtornos Mentais

Distúrbios como ansiedade, depressão, esquizofrenia, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e até autismo podem desencadear o comportamento característico da alotriofagia como uma forma de lidar com o sofrimento psicológico.


Alotriofagia na Gravidez: Quais os Riscos?

A presença da alotriofagia em mulheres grávidas merece atenção especial. O consumo de materiais não comestíveis pode representar perigos sérios tanto para a mãe quanto para o bebê.

Entre os principais riscos estão:

  • Baixo peso ao nascer;
  • Parto prematuro;
  • Déficits no desenvolvimento cognitivo do bebê;
  • Intoxicação fetal, causada por substâncias tóxicas ingeridas pela mãe;
  • Abortos espontâneos ou óbito fetal.

Por isso, ao notar comportamentos fora do comum durante a gravidez, é fundamental procurar ajuda médica imediatamente.


Como é o Tratamento da Alotriofagia?

O tratamento da alotriofagia depende da causa identificada. Veja as abordagens mais utilizadas:

1. Suplementação Nutricional

Se a origem estiver relacionada à carência de vitaminas ou minerais, o médico pode indicar suplementos de ferro, zinco ou cálcio, além de uma reeducação alimentar feita por um nutricionista.

2. Terapia Comportamental

Psicólogos utilizam técnicas de terapia cognitivo-comportamental (TCC) para modificar padrões de pensamento e comportamento, ajudando o paciente a substituir o impulso de ingerir substâncias não comestíveis por hábitos saudáveis.

3. Medicamentos

Em casos mais graves, principalmente se houver transtorno do espectro autista (TEA) ou deficiência intelectual, pode ser necessário o uso de medicações antipsicóticas, como:

  • Risperidona
  • Olanzapina

Esses medicamentos ajudam a controlar os impulsos e comportamentos compulsivos.

4. Supervisão Familiar

A família tem um papel essencial no acompanhamento de pessoas com alotriofagia, especialmente crianças. Deve-se evitar o acesso a itens perigosos e monitorar o comportamento diário do paciente.


A Alotriofagia Pode Desaparecer Sozinha?

Sim, em muitos casos, especialmente em crianças pequenas ou mulheres grávidas, a alotriofagia pode desaparecer espontaneamente, assim que a causa como a deficiência nutricional for resolvida. Ainda assim, o acompanhamento médico é sempre recomendado para garantir a saúde e segurança do paciente.


Quando Procurar Ajuda Médica?

Ao perceber o hábito de ingerir substâncias que não são alimentos, principalmente de forma repetitiva e sem controle, é importante agendar uma consulta com um clínico geral. Esse profissional poderá conduzir a investigação inicial e encaminhar, se necessário, para psiquiatras, psicólogos ou nutricionistas especializados.


Conclusão

A alotriofagia é um distúrbio sério que não deve ser ignorado. O desejo persistente de ingerir materiais não comestíveis pode ter causas orgânicas ou emocionais, mas sempre demanda atenção profissional. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de sucesso no tratamento e na recuperação completa.

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Leidiane Lima

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