A bebê Kiara Crislayne de Moura dos Santos, de apenas 8 meses, natural de Correia Pinto (SC), foi dada como morta, mas surpreendeu a todos ao apresentar sinais vitais durante seu próprio velório. O caso gerou grande comoção na cidade e segue sendo debatido pela comunidade médica e jurídica.
Quando tudo começou
Segundo o pai da criança, Cristiano Santos, o quadro da filha começou a piorar na noite de 17 de outubro. Kiara deu entrada no Hospital Faustino Riscarolli às 21h18 e foi atendida pelo médico Dr. Wagner Takano, que diagnosticou uma virose. A bebê recebeu medicação e foi liberada.
No dia seguinte, ainda com sintomas de vômito e diarreia, Kiara parecia estável até a madrugada do dia 19. Por volta das 2h, os pais perceberam que algo estava errado. Cristiano tentou contato com o Corpo de Bombeiros, que demorou a chegar, e decidiu levá-la de Uber ao hospital.
Declaração de óbito e o momento do velório
No hospital, a bebê foi novamente atendida pelo mesmo médico. Apesar das tentativas de reanimação, Kiara foi declarada morta às 3h da madrugada, com o atestado médico apontando desidratação e infecção intestinal bacteriana.
O corpo foi rapidamente liberado para o velório. No entanto, durante a cerimônia, familiares notaram que o corpinho de Kiara ainda estava quente e afirmaram ter visto a bebê mexer as mãos. Bombeiros e um farmacêutico foram acionados e, com um oxímetro infantil, detectaram batimentos cardíacos fracos e saturação de oxigênio.
Retorno ao hospital e novo atestado de óbito
Diante dos sinais vitais, Kiara foi levada de volta ao hospital, onde um novo exame foi feito. Infelizmente, os médicos constataram novamente a ausência de batimentos cardíacos, emitindo um segundo atestado de óbito.
O desabafo do pai: “Perdemos nossa filha duas vezes”
Muito abalado, o pai Cristiano fez um desabafo nas redes sociais. “Estamos tentando entender tudo o que aconteceu. A dor é imensa, e só pedimos orações. Não queremos culpar ninguém, mas sim buscar forças para seguir em frente”, declarou.
Ele ainda pediu cautela diante da repercussão: “Sabemos que manifestações não trarão nossa filha de volta. Vamos aguardar o laudo. Não vamos difamar ninguém. Se Deus levou, é porque o propósito dela aqui se cumpriu.”
Cristiano concluiu com um apelo comovente: “Coloquem o nome da nossa família nas suas orações. Ela está lá em cima, olhando por nós. Vamos seguir com fé.”
O que diz o médico responsável
O médico Dr. Wagner Takano, que atendeu Kiara nas duas ocasiões, afirmou que a bebê já chegou sem vida na segunda visita ao hospital. Ele disse que não havia sinais vitais, nem batimentos nem saturação, e que os olhos fundos indicavam uma possível desidratação severa.
Formado há 16 anos pela Universidade Regional de Blumenau, o profissional lamentou profundamente o ocorrido e reiterou que tentou reanimar a bebê, mesmo diante do quadro clínico.
Investigação foi arquivada
Após análise do caso, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) arquivou o inquérito policial aberto para investigar o ocorrido. Segundo o órgão, não houve conduta criminosa, dolosa ou culposa por parte dos profissionais de saúde ou do hospital.
Conclusão
O caso da pequena Kiara comoveu o país ao expor o limite entre a vida e a morte — e o impacto emocional dessa linha tênue sobre uma família. Enquanto os pais buscam consolo, o episódio serve como alerta para a importância da sensibilidade e do cuidado em cada atendimento médico.