A microcefalia é uma condição neurológica rara em que o cérebro e o crânio da criança são significativamente menores do que o esperado para sua idade e sexo. Esse distúrbio pode ser detectado durante a gravidez ou após o nascimento, e está frequentemente associado a prejuízos no desenvolvimento neurológico.
Causas mais comuns
A microcefalia pode ser provocada por diversos fatores, principalmente por alterações genéticas ou exposição a agentes externos durante a gestação. As principais causas incluem:
- Infecções durante a gravidez, como Zika vírus, rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, HIV e chikungunya;
- Uso de substâncias como álcool, cigarro, cocaína ou medicamentos controlados;
- Exposição à radiação ou metais tóxicos (mercúrio, cobre);
- Desnutrição materna;
- Doenças metabólicas, como fenilcetonúria;
- Fatores genéticos, como trissomias (13, 18, 21), síndromes como Rett e West.
Sintomas e sinais característicos
Os sintomas da microcefalia podem variar de acordo com a gravidade, mas geralmente incluem:
- Tamanho da cabeça menor que o normal;
- Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor;
- Déficit intelectual;
- Convulsões e epilepsia;
- Distúrbios visuais e auditivos;
- Rigidez muscular;
- Sinais de paralisia ou autismo.
Esses sinais refletem as alterações no crescimento e funcionamento do cérebro, que afetam diretamente as funções motoras e cognitivas da criança.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito:
- Durante a gestação, por meio de exames de imagem como ultrassonografia;
- Após o nascimento, com a medição do perímetro cefálico por profissionais de saúde;
- Exames complementares, como tomografia ou ressonância magnética, podem avaliar a gravidade e possíveis malformações.
Tipos de microcefalia
A microcefalia pode ser classificada em diferentes tipos:
- Primária: causada por problemas genéticos ou alterações na formação dos neurônios ainda no início da gestação;
- Secundária: ocorre por fatores ambientais ou infecções adquiridas durante a gravidez;
- Pós-natal: a criança nasce com tamanho normal de cabeça, mas o crescimento do cérebro não acompanha o desenvolvimento esperado;
- Familiar: casos hereditários, sem comprometimento neurológico significativo.
A febre Oropouche pode causar microcefalia?
Até o momento, existe apenas um caso documentado de microcefalia associado à febre Oropouche, o que ainda não é suficiente para estabelecer uma relação direta. Estudos continuam sendo realizados para entender se essa doença pode causar malformações fetais.
Opções de tratamento
Embora a microcefalia não tenha cura, o tratamento visa promover a melhor qualidade de vida e desenvolvimento possível para a criança. As abordagens incluem:
1. Fisioterapia
Auxilia no fortalecimento muscular, prevenção de atrofias e estimulação motora. Deve ser realizada de forma frequente.
2. Fonoaudiologia
Importante para desenvolver a linguagem e habilidades comunicativas. A interação com os pais é essencial.
3. Terapia ocupacional
Ajuda a criança a realizar atividades do dia a dia, promovendo autonomia e estimulação cognitiva.
4. Medicamentos
Podem ser prescritos para tratar convulsões, hiperatividade ou rigidez muscular. Entre eles: anticonvulsivantes, diazepam, ritalina ou analgésicos como paracetamol.
5. Toxina botulínica (Botox)
Em alguns casos, é utilizada para aliviar a rigidez muscular, facilitando os cuidados e melhorando a mobilidade.
6. Cirurgia craniana
Indicada raramente e apenas em casos específicos, para permitir a expansão do crânio. Deve ser feita nos primeiros meses de vida.
Apoio multidisciplinar
O acompanhamento por uma equipe multidisciplinar é fundamental, incluindo pediatras, neurologistas, terapeutas e educadores. A interação social também é incentivada, com inserção em escolas e atividades adaptadas para promover o desenvolvimento global da criança.
Nota: Este conteúdo é meramente informativo e não substitui a avaliação de um profissional de saúde.







